O piso salarial dos professores é um tema que frequentemente ocupa o centro dos debates sobre valorização da educação no Brasil. Para 2025, especialistas preveem um reajuste de até 15% no valor mínimo a ser pago aos profissionais da educação básica pública, gerando expectativas positivas, mas também levantando desafios tanto para os gestores públicos quanto para os educadores.
O que é o piso salarial dos professores e como é definido?
O piso salarial dos professores foi instituído pela Lei Federal nº 11.738/2008, com o objetivo de garantir um salário mínimo nacional para os professores da rede pública. Este valor é reajustado anualmente, tomando como base o crescimento do valor mínimo por aluno no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
O cálculo do reajuste é, portanto, atrelado ao desempenho econômico e ao orçamento do Fundeb. Para 2025, as previsões indicam um reajuste de até 15%, o que pode elevar significativamente os ganhos dos professores em comparação com o piso atual.
Segundo dados recentes, o piso salarial nacional dos professores em 2024 está em R$ 4.420,55 para uma jornada de 40 horas semanais. Com o reajuste de 15%, o valor pode alcançar R$ 5.083,63, representando um acréscimo de R$ 663,08. Este aumento, embora significativo, levanta questões sobre sua viabilidade para estados e municípios com orçamentos mais apertados.
Os fatores que impulsionam o reajuste para 2025
O reajuste de 15% previsto para 2025 está fundamentado em diversos fatores econômicos e educacionais, incluindo:
- Crescimento do Fundeb: O aumento das receitas vinculadas ao fundo é um dos principais impulsionadores do reajuste. Estados e municípios dependem desse recurso para complementar os salários dos professores e financiar outras despesas educacionais.
- Pressão inflacionária: A inflação acumulada nos últimos anos tem pressionado os salários de diversas categorias. No caso dos professores, o reajuste busca preservar o poder de compra e compensar a desvalorização causada pelo aumento do custo de vida.
- Valorização da carreira docente: Nos últimos anos, houve um clamor crescente por maior valorização dos profissionais da educação, especialmente diante dos desafios enfrentados durante a pandemia e da escassez de professores em algumas disciplinas.
- Acordos e demandas sindicais: Os sindicatos dos professores têm desempenhado um papel crucial na negociação e defesa de reajustes mais expressivos, argumentando que os salários atuais não refletem a importância da categoria para o desenvolvimento do país.
Desafios para estados e municípios
Apesar da previsão de aumento ser positiva para os professores, ela impõe desafios consideráveis para os estados e municípios, que são os principais responsáveis por financiar a educação básica no Brasil. Alguns dos principais obstáculos incluem:
- Limitações orçamentárias: Muitas prefeituras e estados enfrentam dificuldades para equilibrar suas contas, especialmente em regiões onde a arrecadação tributária é baixa. A obrigatoriedade de cumprir o novo piso pode forçar cortes em outras áreas ou mesmo comprometer investimentos em infraestrutura educacional.
- Aumento do déficit previdenciário: O reajuste salarial impacta diretamente os valores das contribuições previdenciárias, podendo ampliar o déficit atuarial em regimes próprios de previdência social.
- Diferenças regionais: Enquanto estados mais ricos conseguem absorver o impacto do reajuste, os mais pobres enfrentam dificuldades. Essa desigualdade pode acentuar ainda mais as disparidades educacionais entre regiões do país.
- Gestão de recursos humanos: O aumento do piso salarial pode incentivar a busca por maior eficiência na gestão de professores, incluindo redistribuição de carga horária e até mesmo revisões em planos de carreira.
Impacto na educação e valorização do professor
O aumento do piso salarial é uma medida que pode ter impactos positivos significativos para a educação, sobretudo no que diz respeito à valorização da carreira docente. Alguns desses impactos incluem:
- Maior atratividade da carreira: Salários mais altos podem atrair jovens talentos para a docência, ajudando a reduzir a escassez de professores em disciplinas como física, química e matemática.
- Motivação e desempenho: Professores valorizados tendem a demonstrar maior engajamento e dedicação ao trabalho, o que pode se refletir na qualidade do ensino.
- Redução da rotatividade: O aumento salarial pode reduzir a evasão de professores para outras áreas mais bem remuneradas, garantindo maior estabilidade no corpo docente.
- Fortalecimento da educação básica: Investir nos professores é um passo essencial para melhorar a qualidade da educação básica, considerada a base para o desenvolvimento social e econômico do país.
Mas é esse mesmo o salário dos professores na prática? E os outros profissionais da educação?
Na prática, você sabe quanto efetivamente ganha um professor no Brasil? E os outros cargos na área de ensino? Veja a seguir uma tabela completa:
Tabela de salários da área de ensino 2025 com a remuneração de vários professores de escolas primárias, ensino fundamental e médio, universidades e cursos técnicos em geral do setor privado e público.
São cargos e salários de professores, instrutores, diretores, educadores, pedagogos, pesquisadores, monitores, coordenadores e todo o pessoal de apoio da área de ensino que foram contratados para creches, estabelecimentos para educação infantil, ensino fundamental (educação básica), ensino médio, educação técnica e ensino superior na graduação, pós-graduação, extensão e tecnológico.
Metodologia da pesquisa salarial dos profissionais da área de ensino
Para elaboração desse levantamento salarial, o Salario.com.br utiliza métodos de mineração de dados e metodologias estatísticas para extrair, filtrar, ordenar, calcular e listar os salários oficiais de profissionais admitidos por instituições de ensino nos últimos 12 meses.
Os dados dos salários aqui mostrados são divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho através do que é informado oficialmente pelas empresas ao sistema Novo CAGED, que reúne informações do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, eSocial e Empregador Web.
Os dados da pesquisa referem-se ao salário de admissão e demissão desses profissionais, somente o salário bruto mensal registrado na carteira de trabalho é computado, não levando em consideração valores adicionais como bônus, horas extras, comissões, adicional noturno, periculosidade, insalubridade, nem nada do tipo.
Para saber mais sobre o trabalho estatístico, a origem e a confiabilidade dos dados salariais do Salario.com.br, acesse esse link.
Setores da área de ensino utilizados na pesquisa
Para listarmos os salários dos professores, utilizamos segmentos específicos das instituições de ensino contratantes como filtro salarial, além dos cargos específicos para área de ensino. Os segmentos são de acordo com o CNAE utilizado pelas instituições de ensino contratantes:
- Educação Infantil – Creche;
- Educação Infantil – Pré-Escola;
- Ensino Fundamental;
- Ensino Médio;
- Educação Superior – Graduação;
- Educação Superior – Graduação e Pós-Graduação;
- Educação Superior – Pós-Graduação e Extensão;
- Educação Profissional de Nível Técnico;
- Educação Profissional de Nível Tecnológico;
- Ensino de Esportes;
- Ensino de Dança;
- Ensino de Artes Cênicas, Exceto Dança;
- Ensino de Música;
- Ensino de Arte e Cultura em Geral;
- Ensino de Idiomas;
Salários de cada cargo de acordo com a localidade
Se você precisa saber o salário dos professores em SP, RJ, MG, RS ou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e outras informações salariais de um cargo em particular dessa tabela, acesse a Busca Salarial, pesquise e veja dados como:
- Média salarial;
- Piso salarial (Menor salário observado);
- Salário por gênero;
- Média salarial para funcionários portadores de necessidades especiais;
- Salário por grau de instrução;
- Salário médio por faixa etária;
- Média salarial por estado;
- Salários nas principais cidades brasileiras;
- Setores que mais contratam e com os melhores salários;
- Gráficos completos com estatísticas salariais da ocupação.
Índice da tabela:
- Cargo / Ocupação: Nome oficial da ocupação.
- Horas Semanais: Total de horas semanais trabalhadas na jornada de trabalho.
- Piso Salarial: Menor salário observado para a função na área de ensino.
- Média Salarial: Salário pago em média para o cargo.
- Maior Salário: Teto salarial pago para a função.
- Salário/Hora: Salário pago por hora em média
Tabelas salariais da área de ensino
Utilize o menu em ordem alfabética para filtrar os cargos da tabela.
CBO | Cargo | Jornada | Piso | Média | Maior | Salário/Hora |
---|---|---|---|---|---|---|
411010 | Agente administrativo | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
515325 | Agente de apoio socioeducativo | 43 | 1.894,26 | 1.947,44 | 2.943,04 | 9,03 |
334110 | Agente de organização escolar | 40 | 1.668,93 | 1.715,79 | 2.592,95 | 8,51 |
515325 | Agente de segurança socioeducativa | 43 | 1.894,26 | 1.947,44 | 2.943,04 | 9,03 |
515325 | Agente educacional | 43 | 1.894,26 | 1.947,44 | 2.943,04 | 9,03 |
334110 | Agente educador | 40 | 1.668,93 | 1.715,79 | 2.592,95 | 8,51 |
414105 | Almoxarife | 41 | 2.187,89 | 2.249,32 | 3.399,24 | 10,88 |
211205 | Amostrista | 40 | 21.752,24 | 22.363,00 | 33.795,64 | 111,82 |
411010 | Apoiador político partidário | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
415105 | Arquivador | 41 | 1.994,33 | 2.050,32 | 3.098,51 | 10,12 |
415105 | Arquivista de documentos | 41 | 1.994,33 | 2.050,32 | 3.098,51 | 10,12 |
515305 | Arte educador | 41 | 3.736,04 | 3.840,94 | 5.804,54 | 18,67 |
411010 | Assistente administrativo | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
411010 | Assistente administrativo sindical | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
411010 | Assistente de compras | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
411010 | Assistente de escritório | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
411010 | Assistente técnico - no serviço público | 40 | 2.333,64 | 2.399,16 | 3.625,68 | 12,11 |
331110 | Atendente de creche | 40 | 1.750,55 | 1.799,70 | 2.719,76 | 8,94 |
515325 | Atendente de reintegração social | 43 | 1.894,26 | 1.947,44 | 2.943,04 | 9,03 |
414105 | Auxiliar de almoxarifado | 41 | 2.187,89 | 2.249,32 | 3.399,24 | 10,88 |
239405 | Auxiliar de coordenação de ensino fundamental de primeira a quarta séries | 41 | 4.286,91 | 4.407,27 | 6.660,41 | 21,66 |
239405 | Auxiliar de coordenador escolar | 41 | 4.286,91 | 4.407,27 | 6.660,41 | 21,66 |
331110 | Auxiliar de creche | 40 | 1.750,55 | 1.799,70 | 2.719,76 | 8,94 |
331110 | Auxiliar de desenvolvimento infantil | 40 | 1.750,55 | 1.799,70 | 2.719,76 | 8,94 |
514320 | Auxiliar de limpeza | 43 | 1.603,30 | 1.648,32 | 2.490,98 | 7,74 |
239410 | Auxiliar de orientação educacional | 41 | 4.362,11 | 4.484,59 | 6.777,25 | 22,14 |
239415 | Auxiliar de orientação pedagógica | 38 | 3.357,94 | 3.452,23 | 5.217,11 | 18,02 |
239415 | Auxiliar de orientação pedagógica em educação fundamental de primeira a quarta séries | 38 | 3.357,94 | 3.452,23 | 5.217,11 | 18,02 |
239430 | Auxiliar de supervisão de ensino | 40 | 5.287,29 | 5.435,75 | 8.214,66 | 27,36 |
239430 | Auxiliar de supervisor escolar | 40 | 5.287,29 | 5.435,75 | 8.214,66 | 27,36 |
334110 | Auxiliar técnico de educação | 40 | 1.668,93 | 1.715,79 | 2.592,95 | 8,51 |
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