Salário Mínimo 2026 – Valor atual do salário mínimo no Brasil

O governo federal confirmou em LDO enviada ao congresso nacional que, a partir de 1º de janeiro de 2026, o salário mínimo nacional será reajustado em cerca de 7,2% para R$ 1.627,00, representando um aumento significativo em relação ao valor anterior de R$ 1.518, em vigor em 2025.

Esse novo salário considera a reposição integral da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e aplica, conforme a regra atual, um ganho real limitado a 2,5% ao ano. Esse modelo de cálculo tem como objetivo garantir previsibilidade fiscal e controlar o crescimento das despesas obrigatórias, que aumentam automaticamente toda vez que o salário mínimo é reajustado.

O salário mínimo é muito mais do que um número definido no Orçamento: ele serve como referência direta ou indireta para cerca de 59 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores formais, beneficiários do INSS, pessoas afastadas pelo auxílio-doença, pensionistas e cidadãos atendidos por diversos programas sociais de transferência de renda.

Cálculo do reajuste do salário mínimo 2026

Desde a retomada da política de valorização, o salário mínimo volta a ter recomposição da inflação acrescida de aumento real baseado na variação do PIB. Contudo, a regra atual impõe um teto: o aumento real não pode ultrapassar 2,5%, ainda que o PIB cresça mais do que isso.

Assim, mesmo que a economia apresente um desempenho superior durante o ano anterior, o ganho acima da inflação é limitado. Essa restrição foi criada como forma de reduzir a pressão sobre as contas públicas, pois cada elevação do salário mínimo impacta diretamente bilhões de reais em despesas federais indexadas ao piso nacional.

Para 2026, considerando a inflação acumulada mais o ganho real permitido, chegou-se ao valor oficial de R$ 1.627,00.

Impacto nas contas públicas

O reajuste do salário mínimo tem um efeito expressivo nas despesas obrigatórias do governo. Benefícios previdenciários e assistenciais — como aposentadorias, pensões, BPC/Loas e auxílio-doença — utilizam o salário mínimo como base de cálculo. Isso significa que qualquer aumento, mesmo de poucos reais, resulta em acréscimo substancial na folha de pagamentos do Estado.

Para se ter uma ideia, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera um efeito dominó que repercute por todo o orçamento federal. A elevação para R$ 1.627 adiciona centenas de milhões de reais em despesas anuais.

Diante desse cenário, a política econômica manteve a limitação do ganho real a 2,5%, medida que faz parte de um conjunto maior de ações voltadas à contenção de gastos e à busca por equilíbrio fiscal nos próximos anos.

Poder de compra e impacto social

O reajuste anual do salário mínimo é um instrumento crucial para preservar o poder de compra da população mais vulnerável. Em um país onde a maior parte do consumo é destinada a itens essenciais como alimentos, serviços básicos, transporte e moradia, a reposição da inflação é indispensável para impedir que os trabalhadores percam qualidade de vida ao longo do tempo.

O aumento real, mesmo que limitado, exerce papel importante na melhoria gradativa do padrão de vida das famílias, sobretudo em regiões com maior concentração de trabalhadores que recebem apenas o piso salarial.

Além disso, como o salário mínimo é base para benefícios sociais, qualquer reajuste influencia diretamente a renda de milhões de aposentados, pensionistas e trabalhadores afastados por motivos de saúde. Ou seja, trata-se de um mecanismo que vai além da esfera trabalhista e atinge toda a estrutura social e econômica do país.

Quanto seria o salário mínimo sem a limitação do ganho real?

Se não existisse o limite imposto pela nova política, o salário mínimo de 2026 poderia ultrapassar R$ 1.640, considerando o cálculo integral baseado em inflação e desempenho econômico. Entretanto, o teto de 2,5% no ganho real definiu o valor oficial em R$ 1.627.

Essa decisão não elimina o reajuste, mas o reduz para manter equilíbrio fiscal. A medida busca evitar aumentos abruptos nas despesas obrigatórias do governo, que já representam grande parte do orçamento público brasileiro.

Cálculo do valor do salário mínimo 2026

A seguir, o detalhamento atualizado com base no salário mínimo de R$ 1.627,00:

Valor do salário mínimo mensal

  • R$ 1.627,00 (mil seiscentos e vinte e sete reais).

Valor do salário mínimo por dia

Cálculo considerando os 30 dias do mês:

1.627 ÷ 30 = R$ 54,23
(cinquenta e quatro reais e vinte e três centavos)


Valor do salário mínimo por hora

Considerando 220 horas mensais:

1.627 ÷ 220 = R$ 7,39
(sete reais e trinta e nove centavos)


Encargos e benefícios calculados com base no salário mínimo 2026

1. INSS

Aplicando a alíquota de 9%:

1.627 × 9% = R$ 146,43
(cento e quarenta e seis reais e quarenta e três centavos)


2. FGTS

Recolhimento de 8%:

1.627 × 8% = R$ 130,16
(cento e trinta reais e dezesseis centavos)


3. Férias + adicional de 1/3

1.627 × 1/3 = R$ 542,33
(quinhentos e quarenta e dois reais e trinta e três centavos)


Descontos adicionais: Vale-refeição e vale-alimentação

Embora variem conforme convenção coletiva, utiliza-se o máximo de 5% como referência:

1.627 × 5% = R$ 81,35
(oitenta e um reais e trinta e cinco centavos)


Resumo dos cálculos

  • Salário mensal: R$ 1.627,00
  • Valor por dia: R$ 54,23
  • Valor por hora: R$ 7,39
  • Desconto do INSS: R$ 146,43
  • Recolhimento do FGTS: R$ 130,16
  • Valor de férias (1/3): R$ 542,33
  • Desconto médio de vale-refeição/alimentação (5%): R$ 81,35

O valor do salário mínimo ao longo dos anos

Valor do salário

Ano Data da Vigência Salário Mínimo
2026 01/01/2026 R$1.627,00
2025 01/01/2025 R$1.518,00
2024 01/01/2024 R$1.412,00
2023 01/01/2023 R$1.320,00
2022 01/01/2022 R$1.212,00
2021 01/01/2021 R$1.100,00
2020 01/01/2020 R$1.045,00
2019 01/01/2019 R$998,00
2018 01/01/2018 R$954,00
2017 01/01/2017 R$937,00
2016 01/01/2016 R$880,00
2015 01/01/2015 R$788,00
2014 01/01/2014 R$724,00
2013 01/01/2013 R$678,00
2012 01/01/2012 R$622,00
2011 01/03/2011 R$545,00
2011 01/01/2011 R$540,00
2010 01/01/2010 R$510,00
2009 01/02/2009 R$465,00
2008 01/03/2008 R$415,00
2007 01/04/2007 R$380,00
2006 01/04/2006 R$350,00
2005 01/05/2005 R$300,00
2004 01/05/2004 R$260,00
2003 01/04/2003 R$240,00
2002 01/04/2002 R$200,00
2001 01/04/2001 R$180,00
2000 03/04/2000 R$151,00
1999 01/05/1999 R$136,00
1998 01/05/1998 R$130,00
1997 01/05/1997 R$120,00
1996 01/05/1996 R$112,00
1995 01/05/1995 R$100,00
1994 01/09/1994 R$70,00

Entenda como o salário mínimo impacta sua vida

O salário mínimo é usado como base para reajustar milhões de benefícios previdenciários, incluindo aposentadorias, pensões e auxílios diversos. Também influencia trabalhadores que não têm convenção coletiva nem piso profissional definido, servindo como única referência salarial formal.

Além disso, diversos direitos trabalhistas utilizam o piso nacional como parâmetro, como:

Seguro-desemprego

PIS/Pasep

Benefícios assistenciais

Programas de transferência de renda

Em muitos municípios pequenos do Brasil, especialmente em regiões Norte e Nordeste, a economia local gira em torno de salários mínimos pagos a aposentados, servidores municipais e trabalhadores do comércio, fazendo do piso nacional um elemento-chave na dinâmica econômica regional.

Salário mínimo estadual é igual a piso salarial?

Como é definido o piso salarial
A definição do piso salarial se dá por instrumentos de negociação coletiva como acordos e convenções coletivas, além do dissídio em casos que necessitem da Justiça do Trabalho para mediação de conflitos.

É comum haver confusão entre salário mínimo estadual e piso salarial, mas eles são conceitos distintos.

O salário mínimo estadual é definido pelo governo de cada estado para trabalhadores que não possuem sindicato representativo ou convenção coletiva. Já o piso salarial é o valor mínimo que cada profissão deve receber, definido por meio de negociação entre sindicatos laborais e patronais.

Além disso, o piso salarial é sempre superior ao salário mínimo estadual, refletindo as características, responsabilidades e qualificações exigidas para cada área profissional.

A importância social do salário mínimo no Brasil

Criado oficialmente na década de 1930, o salário mínimo nasceu como instrumento de proteção ao trabalhador, garantindo remuneração mínima para atender necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e lazer.

Contudo, segundo o Dieese, o valor necessário para suprir todas as necessidades de uma família brasileira deveria superar R$ 6.500, muito acima do salário mínimo atual. Essa diferença evidencia o desafio estrutural para que o piso nacional alcance patamar compatível com o custo de vida do país.

Perguntas e respostas sobre o salário mínimo

Receber menos de um salário mínimo é legal?

Depende da modalidade de contratação. No regime CLT integral, não. Já no regime de trabalho parcial, o salário pode ser proporcional às horas trabalhadas, mas deve respeitar o valor mínimo por hora, equivalente ao salário integral dividido por 220 horas mensais.

Qual a jornada máxima de quem recebe salário mínimo?

A jornada permitida é de 220 horas mensais ou 44 horas semanais, desconsiderando pausas como café, almoço ou descanso, que não entram no cálculo das horas efetivas trabalhadas.

Quanto valem 10 ou 20 dias de férias com base no salário mínimo 2026?

Para facilitar, utiliza-se o valor relativo aos 30 dias de férias (R$ 542,33 de adicional). Assim:

  • 30 dias de férias: R$ 542,33
  • 20 dias de férias: R$ 361,55
  • 10 dias de férias: R$ 180,78

A empresa pode contratar qualquer cargo pagando apenas salário mínimo?

Não. O empregador deve verificar se existe piso salarial definido para a categoria. Caso exista, ele prevalece sobre o salário mínimo. Na ausência de sindicato ou acordo coletivo, utiliza-se o salário mínimo estadual; apenas se não houver nenhum desses mecanismos é que o salário mínimo nacional se aplica como referência.

Considerações finais sobre o salário mínimo no Brasil

O salário mínimo afeta praticamente todas as áreas da vida econômica e social brasileira. Ele determina o patamar mínimo de renda do trabalhador, influencia o consumo, corrige benefícios sociais e previdenciários e ainda orienta políticas públicas de assistência.

Apesar de sua importância, o valor atual ainda está distante do necessário para suprir todas as necessidades básicas de um trabalhador e sua família. A evolução anual é importante, mas segue sendo um desafio estrutural a busca por um salário que represente, de fato, uma remuneração digna e compatível com o custo de vida no país.